quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Especialistas alertam para os riscos do veneno contra o mosquito da dengue.

Segundo pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco, os produtos químicos usados pelos agentes de saúde no Brasil põem em risco a saúde humana.
Redação Época, com Agência Estado e Agência Brasil.
• »Casos de dengue dobram no Brasil em 2010
Pesquisadores reunidos no congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, que aconteceu até o dia 18 de março em Foz do Iguaçu, criticaram o uso de produtos químicos nas ações contra o mosquito da dengue no Brasil. Para eles, é necessário que o setor de saúde busque uma atuação em parceria com outras áreas, como a de saneamento, para o controle da doença, além de alternativas a inseticidas e larvicidas, que, afirmam, põem em risco a saúde humana.

“Para eliminar o mosquito, daqui a pouco vamos eliminar nós mesmos”, afirmou Lia Giraldo da Silva Augusto, especialista em risco químico da Fundação Oswaldo Cruz de Pernambuco e que vem, nos últimos anos, cobrando da pasta uma mudança na estratégia contra a dengue.

“Temos de sair de um programa paternalista a clientelista para um que promova a saúde. Enquanto não tomarmos medidas de saneamento haverá a necessidade de estratégias que tragam risco à população”, afirmou Lia, que destacou o potencial carcinogênico e imunodepressor de alguns produtos. Presente no evento, o diretor de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage, não quis comentar.

Segundo os cientistas, não têm ocorrido investimentos na análise de efeitos dos produtos aplicados em fumacês e pratinhos de plantas sobre a população . As pesquisas costumam enfocar pessoas que trabalham com os inseticidas.

De acordo com Lia, a população não é comunicada sobre os possíveis riscos dos produtos e costuma inclusive cobrar seu uso durante epidemias. “Os agentes de saúde chegam até mesmo a chamar isso de remédio”, diz a especialista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário